Eu fui ali e não pretendo voltar.
Quando entrei no twitter minhas relações eram estritamente virtuais.
Nenhum olhar brilhante. Nenhum abraço caloroso.
Nenhuma voz sussurrando ou gritando.
Nada de gargalhadas e farras até cair.
Nada.
Nenhum elogio além da tela. Nem uma crítica REALmente levada a sério.
Quando iniciei minhas postagens em 140 caracteres a intenção era uma só: ESVAZIAR.
Esvaziar-me daquele grito de felicidade. Ou de raiva.
Esvaziar-me de tristezas ou alegrias que não cabiam mais em mim.
Nunca fui de "amigos" (até já escrevi aqui que desacredito de amizades).
Pois bem.. voltemos ao Twitter.
O que era para ser um escape passou ao status de "oráculo" do cotidiano.
Lá eu busquei respostas que na verdade jamais serão reveladas (exceto se eu deixar as perguntas de lado!).
Quando menos percebi as pessoas que antes não passavam de apelidos engraçadinhos com uma @ na frente começaram pouco a pouco entrar naquele mundo que antes era só meu.
No começo "com a casa cheia" achei diferente e até apreciei.
Também "entrei na casa" deles.
Os homens neste universo são mais homens. Mais atenciosos. Mais sensíveis (alguns discutem até novela!). Facilmente você se encanta e comete o maior erro de todos... compara o "seu" homem real aquele todo querido ali.. da tela do Iphone. Tsic Tsic Tsic...

Basta clicar e POF.. lá esta minha dose diária de PROZAC em 140 letrinhas.
Não demorei muito a me tornar esse miraculoso remedinho para alguns... e quando vi lá estava eu não dormindo e até chorando por conta da tragédia que a arrobinha estava "vivendo".
Eu disse "vivendo"?
Em 140 letrinhas viver é muito mais estranho.

Revisitei meu armário. Criei looks que não compartilharei.
Fiz um bolo para Toninha sem pedir a receita para os perfeitos gourmet do Twitter.
E gente... fiz até "coraçãozinho de mão" no trânsito.. e me senti bem normal..

Acreditem: tempos isso não acontecia.
Como será "marido" nossos próximos vinte anos juntos?
Quem seremos?
Aliás fiz coisas tão bobas e com tanta vontade de faze-las...
Eu nestes cinco dias entendi um pouco mais aquelas pessoas que por uma razão ou outra necessitam se desvincilhar de algo que lhes é rotineiro.
O Twitter passou a ser rotineiro.
Devo seguir assim. Meio livre. Meio em crise.
Inteirinha só para mim.