Pediram para escrever sobre o sentimento de ser mãe!
Sobre aquelas coisas bonitinhas que vemos por aí, tipo “Mãe é anjo na terra!".
Pois bem.
Não me encontrei em nenhum destes estereótipos mimosos que enchem os cartões de dia das mães.
Pensei: e agora?
Não fiquei nove meses em êxtase. Meu corpo todo doía. Minha cabeça dava voltas. Pés inchados. Aff!
E o parto? Coisa de outro mundo a dor. Nada se compara, nisso as mamães mimosas tem razão.
No meu caso nada se compara pq eu não vou "nunca nesta vida" passar de novo por aquilo...
Não sou a mãe que faz bolo de cenoura [por ser saudável], mas sei onde compra um delicioso bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro! NHAC!
Aproveitamos as duas essa delicia!
Nem vem que não tem... Não passei a gostar de pagode só pq minha loirinha de olhos verdejantes adorava.
Ao contrário, no meu carro, nunca ouviu. Nem nas viagens mais longas [era fone de ouvido e só!].
Não repetia convulsivamente "que lindo meu amor" quando ganhava um cartão "feito em casa"... Dizia apenas: "Ótimo parabéns. Vamos guardar?" E guardei dezenas...
Nunca fiz um reparo no rasgão da calça ou da blusa. Nem sei se temos agulha e linha em casa.
Não, Calma! Minha menina nunca andou esfarrapada, aliás, é e sempre foi uma boneca.
Uma ou duas vezes ao ano fazia uma bela sacola e levava na costureira.
É fato que às vezes quando as roupas voltavam de lá ou não serviam ou já era outra estação.
Mas a intenção era válida!
Quando ficava doente fazia questão de lembrar-lhe de onde vinham as bactérias e os vírus, a fim de que minha babe com dois anos já evitasse novos contágios [isso é coisa de mãe, né?].
Não sou daquele tipo de mãe que deixa de comprar um sapato para levar uma bonequinha.
Minhas amigas mães e nos textos que leio sobre o assunto sempre dizem: "mãe deixa de ter para "oferecer" ao seu filho o melhor"!
Ora, penso eu! Como um filho pode "ter o melhor" e "ser melhor" e a mãe ter cara de coitada?
Conheço muita mãe embagulhada, gorda, mal vestida, com raiz por fazer com "babes príncipes"!
Nunca pensei que uma coisa invalidasse a outra.
Outra coisa: escola! Não me venha com este discurso que tem que sentar do lado e ajudar nos deveres. Nunca fiz isso. Apenas disse para minha mimosa: se rodar vai para uma escola pública.
Se estiver com dificuldades AVISE, que providencio auxílio.
Se tiver problemas na escola com professor ou "coleguinha", resolva como eu resolveria.
Se ainda assim não surtir efeito, partimos juntas na batalha!
Brinquedos fora de lugar podem ser doados.
Roupas, idem!
Esta com fome? Vamos juntas ao melhor restaurante!
Não esta a fim de comer, nadica de nada? Sem problemas... Não vamos morrer por conta disto!
Decepção com o primeiro amor? Ora! Deixa de ser boba! Outros "primeiros" virão...
A melhor amiga é uma idiota? Oi? Existem melhores amigas? Não existem! E nem papai Noel e nem príncipes encantados...
Cólica menstrual? Bolsa de água quente e analgésico.
E sem "eu vou morrer" que não tenho paciência prá isso!
Não sou do tipo de mãe que morre pelo filho. Matar, sim! Eu mato... Agora, morrer? Sei não...
Amo minha filha, hoje com 19 anos, mas não sou do tipo de mãe que dá beijinho de boa noite, que chora com cartão de mãozinha pintada, nem com declarações de amor em cantigas desafinadas na escolinha.
Nunca fui de "dar palmadinhas"... sempre conversei de igual para igual. De mãe para filha! Sobre como a vida pode ser legal e cruel.
Sou humana. Trato as pessoas que amo como seres humanos.
Cuido, zelo.
Rezo. Preservo.
Amo. Do meu jeito.
Brigo. Grito. Sussurro.
Conto segredos. Ouço segredos.
Dou gargalhadas.
Nunca, nunca IGNORO!
Mas não dou abraços emocionantes.
E se acham que não "sou esta coca-cola toda" experimentem fazer algum mal para os "meus amores”...
18 de jul. de 2010
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1 comentários:
Muito bacana... Sempre acho bacana quem tem coragem de tirar a maternidade da camisa de força e curtí-la à sua maneira. As pessoas não são iguais, por que a maternidade deveria ser? Parabéns pela coragem, pela honestidade e por ser a mãe (e avó) que você escolheu ser.
Beijinhos
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Obrigada pela curiosidade...
minhas palavras são sinceras.
Reflexo do que vivo, ouço, vejo!