5 de abr. de 2012

ESCREVI QDO ACHEI QUE IA ME SEPARAR.

Eu deixei ele ir.
Nem fiz questão de muitas explicações.
Tem coisas na vida que é melhor deixar assim... no vácuo.
Foi-se. Acabou.
Não sei exatamente como ocupar esse vazio. 
Aliás nem sei se é vazio isso que eu sinto. 
Sempre fui muito desapegada. 
Pratico o tal "desapego" desde que nasci. 
Exceto com sapatos... 
Não há espaço sobrando no meu guarda roupas. 
Nem há vaga extra na minha garagem. 
Nunca compartilhamos essas coisas. 
Nunca mesmo.
Nunca houve essa coisa de "escovas de dente" lado a lado. 
Havia um pacto. 
Juntos. Apenas juntos.
Acho que seguirei indo na mesma padaria em que tomamos café por longos anos. 
Sei lá se seguirei mantendo contato com a família que considerei minha toda essa vida juntos. 
Cedo demais para a agenda de amanhã.. penso eu. 
Agora é tratar de colocar band aid nos pequenos e invisíveis cortes que ficaram aqui na alma. 
Vou certamente querer pintar meu cabelo. 
Mudar um pouco o estilo.
Quem sabe sair e beber. 
Não hoje...
Nem amanhã...
Ainda é cedo para organizar a agenda do meu EU separado de ti. 

2 comentários:

Rosana Meyer disse...

Sem nem lágrimas, só um VAI, né? Pq somos movidas sempre por expectativas, pela resiliência, por amor, e por verdade. Nada pela metade, nada sem base, tudo pela liberdade de ser quem se é. Dói essa intensidade, mas ainda acredito que só assim vale a pena viver.

Fanzine Episódio Cultural disse...

Despertando a Impaciência


Um senhor, que não havia ajustado seu despertador, colocou-o sobre uma cadeira, para que pudesse despertá-lo no final da madrugada. Ele acabou perdendo a hora tendo que sair às pressas. Deixou o pobre e desolado despertador sobre aquela superfície insegura. Com o passar do tempo, este foi perdendo a paciência, devido ao “chá de cadeira” que estava tomando.
Por incrível que pareça o seu temperamento explosivo era motivo de chacotas: Dependendo dos seus ponteiros demonstrava ora um sorriso aberto: (13h: 45 min), ora um semblante fechado: (17h: 40 min). A cadeira, sempre tímida e de “pernas abertas” começou a matutar quanto aquele folgado ficaria ela. Criou coragem e perguntou sarcasticamente:
– Escute aqui: será que “você não se enxerga”, não hein?
Com muita paciência ele respondeu:
– Fique tranqüila; daqui a pouco vou colocar a boca no trombone... Vou incomodar todo o mundo! Tenha calma; em breve sairei.
–Acho bom mesmo! Sou uma cadeira de respeito. Disse ela.
Quando os ponteiros marcaram 4 horas, o relógio começou a falar mal de deus e todo o mundo. Nisso entra no quarto o filhinho de quatro anos. Ele, inocentemente segura o despertador pela alça e o arremete contra o chão, despedaçando-o completamente.
A cadeira não se conteve e começou a rir às pregas despregadas. O menino – muito curioso – acabou subindo sobre ela. O pirralho não parava quieto. Era um tal de sobe e desce que não acabava mais.
Então ela tomou uma decisão drástica: Quando o fedelho subiu novamente, ela gingou de tal maneira que ambos acabaram caindo. O menino se pôs a chorar como se tivesse visto um fantasma.
Sua mãe entrou no quarto e viu a desordem montada. Não podia acreditar que seu filho tinha acabado de destruir o relógio. Como não estava a costumada a bater nele, ela descontou sua fúria sobre a pobre cadeira. A dona da casa segurou-a pelo encosto, e jogou-a contra a parede, transformando-a em um monte de madeira inútil. A dona retirou-se dali levando o menino consigo. No silêncio daquele quarto dois objetos silenciosamente moribundos se acusam.


Do livro (O Anjo e a Tempestade) de Agamenon Troyan
machadocultural@gmail.com

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Obrigada pela curiosidade...
minhas palavras são sinceras.
Reflexo do que vivo, ouço, vejo!

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