Acabo de ler um texto de um amigo antigo.
Lá no inicio dos anos noventa com uma bebê de três meses resolvi por inúmeras questões morar novamente com meus pais em uma praia gaudéria.
Sinceramente com menos de vinte anos não havia tantas opções para aquela menina e seu bebê!
Lembro de me sentir meio só. Sem muita paz e perdida.
Tinha cabelos cacheados em tons de terra molhada.
Pele macia. Rosto e corpo de menina.
Era inteligente. Achava-me inteligente pelo menos.
Quando engravidei, lembro de ter ficado em estado de choque.
Tive nove meses para me assegurar de que realmente estava em estado de choque.
Minha bebê nasceu.
Eu renasci.
Passaram-se três ou quatro meses e fui "convidada" a trabalhar como secretária em uma Rádio que inaugurava nesta praia gaudéria.
Achava que meu fim estava próximo.
Pensava: De engenheira promissora na área da computação passarei a mera secretária em uma cidadezinha litorânea com uma bebê nos braços. . .
Lembro de me sentir enjoada. Constantemente enjoada. Um enjôo eterno.
Nesta rádio, ou melhor, neste trabalho conheci pessoas que mudariam minha vida.
Para sempre.
Para TODO o sempre.
Não tinha muito. Na verdade não tinha nada.
Só tinha uma certeza.
Venceria todos os obstáculos que supostamente pudessem aparecer.
Defenderia minha bebê.
Minha vida.
Nunca mais esqueci aqueles momentos lá naquela prainha gaudéria.
Nem as pessoas.
Acabei casando com alguém que conheci lá... Juntos estamos até hoje. O amor nos surpreende mesmo!
Comecei falando de um texto de um amigo. . .
Pois bem. Também o conheci nesta mesma época. Um jovem cheio de vida e sonhos.
Confusos. Estranhos. Prepotentes.
Nem feio nem bonito. Nem rico nem pobre. Nem branco nem negro.
Este jovem era quase um ícone do que ele mesmo imaginava que seria um dia.
Sei lá... acho que tinha 23/24 anos.
Jornalista.
Lembro que ele achava estranho o fato de ter uma bebê na minha vida. Afinal, era tão jovem.
Lembro que ele ria muito, sempre feliz e de bem com a vida.
Na verdade era uma percepção apenas, afinal eu pouco me envolvia com aquelas pessoas.
Entendia e respeitava que todos ali viviam mundos diferentes.
Tinha minha pequena loirinha para cuidar e isso me tomava todo o tempo do mundo.
Estas pessoas me mostraram coisas que jamais esqueci na vida, como foco e prioridade.
Determinação e criatividade. Vitalidade e, principalmente, paixão pela vida!
Era dessa forma que eu observava a atitude deste jovem jornalista para com a vida!
Ele tinha uma aura de vida e felicidade. Brincava muito.
Enganam-se todos que de pronto imaginam um envolvimento sexual ou afetivo entre nós.
Sinceramente? Não houve...
Sempre tive notícias deste guri... soube que ficou famoso, casou, teve um filho.
Então agora numa dessas inúmeras coincidências da vida... li um de seus textos [internet como viver sem?].
Escreve ele: “Eu também resolvi arriscar. Bati minhas asas."
Esse guri virou um homem, que imagino esteja ainda focado e preocupado com as prioridades da vida...
Acho que nem lembra que um dia nos conhecemos e da Lizzandra que eu era.
Isso não importa, na verdade!
O que importa é que aquela determinação e força descomunal para com a amplitude da vida me fizeram em parte o que sou...
Meu carinho a este ilustre personagem da minha vida!!!
Obs.: Estou decidida a escrever sobre outros ilustres personagens da minha vida... amigos, inimigos, parentes... enfim...
19 de set. de 2010
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Obrigada pela curiosidade...
minhas palavras são sinceras.
Reflexo do que vivo, ouço, vejo!