A imagem esta meio turva, mas a cena é tradicional: o mocinho beija a mocinha depois de uma briga de arrancar os cabelos, pelo visto. Carícias ao ar livre... música suave eu ouço... combinam entre si. É sempre assim: sempre combinam.
A imagem continua turva e agora a cena é outra: carros passando e se amontoando em uma avenida pouco pavimentada. Ambulantes preparam o dia. Pedestres correm em direção a qualquer lugar. Escolas já apinhadas de crianças enlouquecidas. É cedo.
Desisti de tentar "consertar" a imagem. O que de fato me interessa são as cenas desta "novela". O quadro agora retrata moradores de rua, acordando.
Juntando "tralhas" de uma vida inteira. Sustentando nas costas toda uma história. Sujos. Famintos. Triste.
A cena muda. A história também. Resolvo, definitivamente, não limpar mais o vidro do carro, naquela manhã. A chuva não dá trégua. Turvo está, turvo ficará.
Minha novela particular de "carne e osso" me emocionou e ao volante não tenho como ignorar.
Não dá para mudar o "canal" da vida real.
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Obrigada pela curiosidade...
minhas palavras são sinceras.
Reflexo do que vivo, ouço, vejo!